segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Meus bons amigos, onde estão?


Hoje acordei meio saudosista. Que novidade.

Amigos prometeram mudar o mundo. Tinham soluções para todos os problemas climáticos, diplomáticos e econômicos do país. Numa madrugada achavam respostas para a interminável guerra no oriente médio, a defesa da seleção brasileira e a então assustadora alta do dólar. Mesmo sem um puto no bolso, curtiram aquele vazio entre a infância e a adolescência como raros.

Sabe, nós éramos diferentes. Era um grupo focado, que tinham seus ideais, metas, desejos e, principalmente, pavor do senso comum. Enquanto todos viam MTV, nós desbravávamos o Napster. Quando o pagode invadiu os lares via Domingo Legal e Faustão nós trocávamos discos do Led Zeppelin e do Joe Cocker em sebos. Vivíamos um mundo paralelo que, de alguma forma, assusta os desavisados.

Nós não tínhamos estilo. Nós nos conhecíamos, éramos uncool. E aprendemos em Quase Famosos que a vida é sempre um problema para caras como nós. As grandes obras de arte retratam esse problema, pois as pessoas bonitas não têm caráter. A arte delas não perdura.

A única moeda nesse mundo falido é que se partilha com outra pessoa, quando não se tem estilo.

Mas o grande trunfo dessa turma era a noção do que se passava. Tínhamos a certeza de que vivíamos anos diferentes. Não vou cair no clichê de dizer que eram os melhores anos de nossas vidas, pois não eram. Eram anos de aprendizado. Nós tiramos proveito disso. E entre um baseado e outro nos perguntávamos quanto tempo aquilo ainda duraria e como seria o a seguir. O futuro, você sabe, assusta.

Vinte, quinze, nove, oito anos depois, que seja, eu faço um pós-mídia do que aconteceu. Desde nossas previsões até a experiência vivida por alguns. É um pouco idiota ver como éramos inocentes e tolos ao imaginar que tudo seria como queríamos. Meus sonhos, ou grande parte deles, não foram realizados. E o motivo é obvio: nós não sabíamos de nada.

Há o que fazer. E, principalmente, aprender. Quisemos mudar o mundo, mas sem conhecê-lo.

Ainda há tempo? Não sei. Provavelmente não. Isso talvez eu nunca saiba.

Já você, faça-se um favor: levante-se. E não morra com essa dúvida.

4 comentários:

Mara Giga disse...

e algumas coisas nem sonho era né?!, mas mesmo assim nao se realizou, talvez por nao enxergar o que estava na frente do proprio nariz...
he he he

Sangue Bom disse...

Mara, obrigado pelo seu comentário, e seguindo sua linha de raciocínio eu digo: "..talvez vc tenha razão.."
Bjos.

Béio Cardoso disse...

Existe uma diferença em grande entre as gerações. A nossa queria mudar o mundo, sempre com ideias inovadoras e com as melhores espectativas. A atual apenas quer que "se foda".

Mas um sonho pequeno, médio ou não realizado é muito melhor do que não ter sonhos! Essa é a mola que nos empurra pra frente!!!

[]´s

Sangue Bom disse...

Béio, concordo 100% com a sua visão, obrigado pela visita e um grande abraço!