sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A falta de conteúdo e a banda Strike.

Esses dias uma amiga me indicou a nova música da banda brasileira Strike, chamada “A Tendência”. Fui observar a música, e me deparei com uma crítica genial ao conteúdo (nulo) de bandas “coloridas”, junto de sua busca por fama e sucesso, unicamente. “Se faltar conteúdo, vai sobrar mulher.”, diz a música.

Acredito que aqueles que venham acompanhando esse meu blog saibam que eu não sou fã de bandinhas coloridas, muito pelo contrário. Já critiquei aqui a falta de conteúdo de suas letras, suas rimas fracas e suas músicas, com o único e exclusivo propósito de serem totalmente comerciais. O que importa, para eles, são dinheiro e fama.



Nunca fui um fã da banda Strike. Para falar a verdade, não gosto do tipo de letras que eles escrevem. Mas, claramente, eu tinha um pequeno conhecimento sobre o trabalho da banda. O que me surpreendeu, ao ouvir sua música nova, foi o fato de a música ser feita nos mesmos padrões que as bandinhas consideradas “coloridas” fazem, porém, com uma letra extremamente direta e crítica à essa atitude. Não é uma música que eu colocaria no meu iPod, nem nada do estilo. Mas é uma música que deve ser analisada e compreendida, pois o conteúdo dela é muito bem pensado.

Se já não sei quem eu sou,
e vivo sempre a esperar
A tendência, a tendência.
Mudei o look,
Aumentou minha audiência,
Sem eu precisar de essência.

O que podemos entender dessas primeiras falas de “A Tendência”? Bem, pergunta fácil! A banda critica os integrantes dessas bandas, sem personalidade definida e “essência”, que mudam o seu jeito de ser de acordo com as tendências, visando somente um aumento rápido em sua audiência, ou seja, fama.

Em seguida, temos outra crítica direta e explícita, que eu, pessoalmente, adorei:

Posso ser triste e emotivo,
Alegre ou deprimido,
Mudo até você me aceitar.
Eu posso ser um nerd assumido,
Ou um fashion colorido,
O que importa é alguém comprar.

Convenhamos que é fácil entender os diferentes tipos de tendências, nessa estrofe. Emos, Nerds e Coloridos são as principais “modinhas” dos dias de hoje. Chega até ser engraçado, porque na minha época, ser chamado de nerd era uma coisa extremamente séria e ofensiva (o que não faz lá muito sentido, mas…), hoje em dia, ser nerd, está na moda.

Se quer saber, cansei.
O mundo me ignora,
E elas não ligam pra mim.
Voltei, mas sou rock star agora.
Vazio por dentro,
Mas por fora perfeitin.

Olha só! Outra vez temos uma análise perfeita de como são vazias, essas pessoas, e de como elas só querem ser notadas e famosas. O conteúdo, mais uma vez, não importa.

Para fechar com chave de ouro a análise, temos as seguintes falas:

E se eu bombar,
Meu site na internet você vai me amar?
Vou tocar no teu rádio até você cansar,
E na tv vou estar. Serei o teu vício.

E eu já choro, até.
Se não tiver letra, é só cantar ‘yeah, yeah’.
Se faltar conteúdo, vai sobrar mulher.
Sou inútil, mas não sou um qualquer.
Você vai querer estar comigo.

Eu hoje aperto a calça pro volume ser maior.
Se esquento a franja, pra auto estima é melhor.
De Nike e gola em v,
Pra causar no shopping e conquistar você.

Wow! Temos, de uma vez só, críticas à mídia, que proporciona a tão esperada fama para esse tipo de gente vazia e sem conteúdo, as próprias letras, também sem o menor conteúdo, que se prendem a grandes falas como “Wo-o-oh’s” e “Yeah, yeah’s”, ao jeito de se vestir, com calças “apertadas” (muitas vezes, skinning), com tênis Nike bem chamativos e enormes golas em “V”. Podemos observar, também, críticas ao uso de “Chapinhas” e a uma sociedade interesseira, que só se interessa nas pessoas de fama e destaque, ignorando coisas importantes, como conteúdo e cultura.

Enfim, uma letra de se aplaudir. Confesso que me fez dar boas risadas. Nunca imaginei uma crítica tão direta e sincera, vindo de uma banda como a Strike. Não tenho muito o que falar, pois as minhas opiniões são completamente coerentes com tudo o que eles dizem, em sua letra. Porém, uma coisa devia ficar muito explícita: mesmo com tantas críticas, mesmo com todos sabendo que aquilo que aquelas bandas “coloridas” fazem é pura farsa, com o único objetivo de vender e ganhar fama, aqueles infelizes ainda vendem. E muito.

Não me importa que a grande maioria de suas fãs sejam menininhas entre doze e quinze anos de idade. O que realmente importa é que elas compram. Os pais dessas crianças deviam procurar ouvir que tipo de música elas ouvem, e ver que isso não é música. Eu, pessoalmente, classifico como poluição sonora, mas vai de cada um, tal análise.

Já temos críticas concretas e bem formuladas sobre esse estilo musical, feitas por bandas brasileiras. Agora só falta as pessoas criarem consciência e pararem de dar ibope a essas porcarias.

Fui...


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