terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dossiê VLAD V

Vlad V, banda catarinense de rock progressivo formada em 1986 em Blumenau/SC liderada pelo guitarrista e vocalista Jean Carlo.

A banda Vlad V, da cidade de Blumenau, é muito provavelmente a única da região do Vale do Itajaí, senão de todo o estado de Santa Catarina, com mais de vinte anos de estrada, seis álbuns lançados – mais uma coletânea –, fãs fiéis que seguem a banda a todos os shows possíveis, resenhas publicadas na Europa e no Japão e presenças marcadas na grande maioria dos festivais Underground do estado.

Com nova formação e o sétimo álbum, Na Casa do Rock, que acaba de sair do forno (o album está disponibilizado no link CARIDADE acima), o Vlad V não deixa de, de certa forma, voltar às origens e promete o trabalho mais pesado da carreira. Este trabalho apresentará algumas composições inéditas, mas tem como objetivo presentear os velhos fãs com as covers que a banda sempre apresentou ao vivo contendo suas principais influências: Led Zeppelin, Deep Purple, Rush, Jethro Tull e Black Sabbath.

E já que fala-se em volta às origens, faz-se uma breve viagem no tempo e voltamos a março de 1986, quando houve a primeira aparição da banda no festival Blumenália, obviamente na cidade de Blumenau, terra natal da banda. A formação do Vlad na época consistia em Jean Carlo (guitarra e vocal), Renato Luís Funke (baixo), Carlos Zimmermann (bateria) e Alexandre Pellems (vocal). Com a repercussão causada na época, a banda decide encarar a vida profissional e com isso passa a abrir caminho numa época em que a cena Rock apenas engatinhava no estado.

No ano seguinte saem de cena Renato e Carlos e entram os experientes Jurandir Camilo – o Kiko (baixo) – e Mário Aurélio – o Kaneka (bateria). Em 1988 Alexandre também sai de cena e Jean Carlo assume definitivamente os vocais e guitarra, e como “Power Trio” a banda passa a se consolidar como um nome de peso na região, gravando em outubro do mesmo ano a música “Entre as Nuvens” que entra na programação das rádios, sendo uma das mais pedidas no ano que se seguiu. O sucesso foi tão grande que “Entre as Nuvens” é presença garantida no repertório da banda até os dias de hoje.

Passando por sucessivas mudanças de formação, a banda se muda para São Paulo no ano de 1992. Contando com Osni Newmann, “o Sapo”, citado por Jean Carlo como um dos melhores bateristas do cenário catarinense, e Charles Mogck no baixo, participam do programa da MTV – fúria metal com o VJ Gastão além de se apresentarem em importantes casas noturnas como Black Jack, Café Piu-Piu, café Pedaço, Aeroanta e Britania entre outras com excelente repercussão de público e crítica. De volta depois de um ano fazendo contatos, mas com dificuldades de manter a estabilidade com a explosão do Grunge e problemas internos, a formação se desfez.

Contra todas as adversidades, em 1993, Jean Carlo, prezando pela música acima de tudo, segue com o nome Vlad V e grava o primeiro LP auto-intitulado “Vlad V” com músicos de estúdio. Foi um dos primeiros discos de Rock em Santa Catarina na época, o que fez com que a repercussão aumentasse principalmente com as ótimas críticas da mídia especializada. Por ser uma banda com influências de Hard Rock, Progressivo e Rock Clássico, chamou a atenção também o fato de a banda compor as músicas em português, algo atípico para o estilo, especialmente na cena Underground e ainda mais numa época que, dentro do rock pesado, passaram a se destacar Angra e Sepultura. Mas o fato é que esta também passou a ser uma das marcas da banda.

No ano seguinte (1994) entra o baterista Flávio Theilacker, sólido membro da banda e parceiro de Jean Carlo até os dias de hoje.

Nos anos seguintes, com os integrantes Humberto Klitzke (baixo) e Jairson Dorigatti – o Doriga (teclados) –, a banda continua a crescer e grava seu segundo disco “A Espada e o Dragão”. Devido a um golpe dado pela gravadora Prize Records, o álbum acaba sendo lançado somente em 1998. Este álbum rendeu ao Vlad o título de “Rush brasileiro”, e a banda passou a ser sempre identificada não só pela virtuosismo de Jean Carlo que passou a se firmar como multi-instrumentista (no álbum ele toca banjo, violão, guitarra, flauta, harmônica, além dos vocais), mas também à qualidade e timbre de voz sempre comparado ao Geddy Lee, da referida banda canadense. Além disso, sempre destacou-se também a qualidade melódica das composições, a complexidade e beleza dos arranjos e a musicalidade da banda como um todo, especialmente pela conciliação de diversas influências e estilos responsável pela originalidade do som.

Com esse disco também o Vlad foi pioneiro no formato digital e conseguiu repercussão na mídia especializada de países como Bélgica, Holanda, França, Finlândia e Japão. Aqui, definitivamente se firmaram não só como a maior banda do cenário Underground catarinense, como uma das maiores do sul do país e foi considerada por muitos órgãos especializados em Rock como a melhor banda do Brasil, especialmente no segmento Hard Rock Progressivo.

Em novembro do mesmo ano, sai de cena Humberto Klitzke e o baixista passa a ser Cláudio Reiff, e a partir de então o Vlad V entra na fase mais estável da banda e passa a trabalhar em seu terceiro disco “O Quinto Sol” lançado ao final de 1999. Nesse período, a banda entra em sua fase mais progressiva, Jean Carlo passa a se dedicar mais à flauta, e com a entrada do guitarrista Beto Luciani, a banda lança o quarto disco “Vol. IV” em 2002. Logo os fãs e a crítica especializada identificaram uma maior presença da influência de Jehtro Tull na banda, justamente devido às flautas, mas a banda também passou a incorporar muitos elementos da música brasileira, com influências de Zé Ramalho e Alceu Valença.

Ao fim do ano sai de cena o tecladista Doriga, e a banda resolve inaugurar uma fase mais acústica, valorizando mais a melodia das flautas e a influência de música brasileira. Com isso, é lançado em 2005 o quinto trabalho do Vlad “Viagens Acústicas”.

No começo de 2006 sai de cena Beto Luciani, e por um curto período a banda conta com a presença de Pablo Demarchi nos violões, mas até o lançamento do sexto álbum da banda “Siga o Som”, em 2007, a banda voltava, depois de quase 15 anos a ser um trio. Assim o Vlad V foi abandonando a fase acústica dos últimos dois discos e, valorizando a formação em “Power Trio”, as guitarras voltaram a falar alto, e em 2008 o grupo lançou a coletânea “Longe do Fim”, com um apanhado das músicas preferidas dos fãs que há anos seguem o Vlad pela região.

No finalzinho de 2009 sai de cena Cláudio Reiff depois de uma contribuição de mais de onze anos, e entra o caçula da banda Klauss Tofanetto (baixo e backing vocals). Com o Klauss, o Vlad volta às origens, investe mais em presença de palco e prepara seu sétimo “filho” (não, não é o 7th Son of a 7th Son) contendo as cover’s que sempre marcaram os shows e influenciaram a banda, prometendo ser o disco mais pesado da carreira banda.

Esse então é o Vlad V, com sangue novo na banda, prova que ainda tem muita lenha pra queimar e que ainda está “Longe do Fim”. Se vimos nos shows!

Integrantes
Formação atual:

•Jean Carlo Sousa: guitarra, violão, bandolim, harmônica, flauta e vocais.
•Klauss Pfiffer Toffaneto: baixo.
•Flavio Theilacker: bateria.

Ex-integrantes:

•Jairson Dorigatti (Doriga): teclados, acordeão e vocais.
•Humberto Klitzke: baixo, violão, bandolim e vocais.
•Beto Luciani: guitarra, violão e vocais.
•Pablo Demarchi: violão.
•Cláudio Castilho Reif: baixo.

Discografia
Álbuns de estúdio:

•Vlad V: 1994.
•A Espada e o Dragão: 1997.
•O Quinto Sol: 1999.
•Volume IV: 2001.
•Viagens Acústicas: 2005.
•Siga o Som: 2007.
*Na Casa do Rock: 2010.

Coletâneas:

•Longe do Fim: 2008.
Fonte: Vlad V

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