sexta-feira, 26 de junho de 2009

Loucura e Genialidade


Ninguém foi tão longe no mundo da música como ele. O astro, em vez de dançar, deslizava pelo palco .

O rei está morto. Seus súditos são todos aqueles que um dia foram sugados pela força e a energia da música pop no século 20. Todos aqueles que tremeram quando o álbum Thriller, em 1982, revelou ao mundo um gênio que trafegava havia 20 anos por palcos e estúdios. Michael Jackson se tornou um dos nomes mais instigantes da música pop. Loucura e genialidade sempre estiveram no mesmo corpo do menino nascido Michael Joseph Jackson, em 29 de agosto de 1958.

Sua morte repentina na noite de ontem (tarde em Los Angeles) deixará seus fãs duvidosos se sua volta aos palcos prevista para o mês de julho realmente aconteceria e de que maneira. Jackson carregava o orgulho de um povo que via nele um ícone que trajava a mesma pele. Menino recém-saído do pré-primário, em 1966, o cantor carregava toda a inocência infantil caracterizada por uma voz potente e aguda à frente do grupo formado por ele e seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon, o Jackson 5.

Apadrinhados pela cantora Diana Ross, os cinco meninos vindos do estado norte-americano de Indiana foram uma das maiores revelações da Motown na década de 60. Dentro do cast da gravadora especializada em lançar os grandes nomes da música negra (Marvin Gaye, Diana Ross & The Supremes, Stevie Wonder), Michael era considerado o maior diamante.

Aos 11 anos de idade, o pequeno encantava com suas coreografias e voz exuberante. Canções como ABC, Never Can Say Goodbye e I Want You Back levaram o Jackson 5 para o topo das paradas e aos programas mais disputados da TV a partir de 1966, ano em que o mundo ouviu pela primeira vez a voz de Jackson - polêmicas relativas ao período só viriam a ser reveladas anos depois e incluíam o abuso autoritário de seu pai, Joe Jackson.

A mescla entre R&B, soul, pop e mais tarde disco music encantou brancos e negros. O grupo recebeu dois prêmios Grammy e bateu recordes, como o de ser o primeiro nome da história da música a atingir o topo das paradas com seus quatro primeiros singles. Em 1972, lançou-se em carreira solo. Logo de cara, viu seu nome decolar com os lançamentos de Got To Be There e Ben. O final da década injetou dance e disco nas pistas e viu Jackson lançar o exuberante Off the Wall, em 1978.

Nada que preparasse o mundo para o lançamento de Thriller em dezembro de 1982. Com canções como Billie Jean, a faixa-título e Beat It, Jackson alcançou aquilo que nenhum mortal havia conseguido. Thriller é até hoje o único álbum da indústria musical a ultrapassar as 100 milhões de cópias vendidas. Sua silhueta, a luva prateada e a dança arrastando os pés para trás (a moonwalk) atingiram em cheio as crianças e os adolescentes.

Depois vieram Bad, Dangerous, coletâneas, desmentidos, as polêmicas, os casos policiais e toda a maçaroca infernal que o ex-menino inocente e indefeso mergulhou. Para a posteridade, o Jackson de que todos devem se lembrar é aquele que deslizava pelo palco como um rei inalcançável.

Rockeiro convicto, minha adolescência foi regada também a MJ.... (e de quem não foi?!)

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