quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Onde amarrar os cavalos

Creio que é absurdo os parlamentares do Brasil, de forma vexaminosa compactuarem com roubos, peculatos, e corrupção às claras. Não vamos querer achar que as gerações anteriores fossem impolutas. Mas pilhadas em flagrante sua tendência era recolher-se, exilar-se, de qualquer maneira externar sinais de vergonha e arrependimento.Agora há um destemor franco. Todos sabem que Renan fez, inclusive os 40 (quarenta de novo?) que o absolveram, e os 6 (que se acovardaram).Depois disto creio que cabe aos acusados de não pagar impostos alegar em sua defesa que apenas seguem o exemplo que vem de cima. Se Renan falsifica vendas de gado e comete outros desmando e merece o quarto cargo da república, qual a justificativa para recolher qualquer imposto que seja.O contrato social está rompido. Se os governantes não governam, os mais caros senadores e deputados do mundo não mantém as patas e as bochechas isentas de goiabada, se o SUS deixa pessoas morrerem, se o orçamento é aprovado com base em votos comprados, mas depois não é cumprido por falta de dinheiro, que em parte serviu para comprar votos, para executá-lo, por que pagar impostos.Hoje, após a votação no senado ouvi esta frase: “Tem de fazer que nem na China. Executar o Renan e seus quarenta e cobrar a bala de suas famílias”.Por enquanto é um rosnado de frustração. Hoje também ouvi citar o velho escritor aposentado que mimoseou José Dirceu com bengaladas.Ouvi dizer que a região de Bagé no Rio Grande do Sul foi conquistada ao fim de uma grande festa. A gauchada saiu do fandango, decidiu que tinha que desalojar os castelhanos com sua mania de atravessar a fronteira. Subiram nos cavalos, quando o sol nasceu e a bebedeira passou já estavam longe de casa, portanto seguiram adiante e conquistaram mais um pedaço do Brasil.Estamos entrando na semana Farroupilha. Estas e outra histórias são contadas mateando ao pé do fogo de chão.Mas, Srs. de Brasília, solicito que preparem urgente um pau de amarrar cavalo na frente do Palácio da Alvorada. Também uma carrocinha e um gari para remover o esterco.No Rio de Janeiro dos anos 30 havia o obelisco. Mas afora os arcos, o Palácio não tem nada de conveniente para que os piquetes gaúchos amarrem suas montarias.
Por Ralph J. Hofmann

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