Se alguém se pergunta sobre “como vencer o medo”, podemos inferir que para este alguém o medo é um adversário, uma entidade abstrata (creio) contra a qual o sujeito tem de lutar.
Partindo desse pressuposto, podemos dizer que o primeiro passo para vencer o medo, assim como para vencer qualquer oponente, é conhecê-lo o melhor possível.
Só que tem um problema: as pessoas têm medo de conhecer o medo, e por isto não o conhecem realmente. Pode parecer absurdo, mas é a mais pura verdade.
O medo de conhecer o medo é um problema para quem deseja vencer o medo, porque só há uma maneira de conhecero medo: entrando nele.
Entretanto, quando a pessoa toma a resolução firme, em seu coração, de enfrentar e adentrar o medo — o que não implica necessariamente deixar de senti-lo, longe disso — ela está munindo-se de ferramentas que o próprio medo dá para ser vencido.
Sem querer antecipar o dever de casa de ninguém, posso dizer que minha experiência pessoal tem demonstrado que todos os medos se adiam. Quero dizer: eu não tenho medo de fazer alguma coisa, tenho medo é da consequência que tal ato possa ter, e ao olhar para esse medo da consequência surge outro medo para mais além, e assim sucessivamente.
Basicamente, os medos são originados ou no instinto de conservação ou em traumas do passado. Mesmo medos como o da solidão, o de passar apertos financeiros, ou outros “embasados” em alguma justificativa aparentemente racional comungam de uma dessas duas origens básicas.
Medos originados em traumas podem ser os mais cruéis, mas também os mais fáceis de vencer. Basta que o sujeito conscientize-se de que esta ameaça não existe mais, e que aquele momento no passado não vai mais se repetir, a não ser na mente da pessoa (aí pode ser eterno) ou se ela mesma construir o contexto para que o trauma se confirme.
Nesta categoria, dos medos originados em traumas, podemos incluir aqueles que não parecem sê-lo: medo de ficar desempregado, por exemplo. Não parece, mas é um trauma que muitas pessoas têm e por ser algo tão comum elas sequer se apercebem disso. Talvez o indivíduo nunca tenha ficado um dia na vida sem trabalho (não no meu caso, por exemplo), mas ainda assim ele tem medo de ficar sem os meios para viver e sustentar sua família com dignidade; este é um trauma que é reforçado diariamente, a cada hora, pelas notícias que se divulgam nos meios de comunicação em massa, pela partilha de medos e preocupações de terceiros, etc.
Já os medos originados no instinto de conservação (claro que o medo de morrer é o mais comum, mas há outros) podem ser vencidos se o sujeito conscientizar-se de que, assim como toda criatura viva na face da Terra, em algum momento ele também vai morrer. Saber-se como um ser cuja existência física vai acabar em algum momento é, acima de tudo, uma prova de consciência da condição humana.
Isto acaba levando a um outro âmbito a reflexão: o das crenças.
Não cabe a mim julgar as crenças de ninguém, e não o faço (embora não possa deixar de conjeturar sobre elas). Da mesma forma, pouco se me dá que julguem — e principalmente que condenem — o meu sistema de crenças. Ele me serve, e é praticamente imutável em sua essência: as adaptações que recebe no decorrer do tempo servem apenas para dar uma forma mais útil às minhas crenças, não para mudar a sua base.
A fim de vencer o medo da morte, é mister que o sujeito tenha uma crença muito sólida em algo que seja verdadeiro, ou que lhe pareça verdadeiro. Essa crença nessa Verdade Profunda, por assim dizer, é que vai dar à pessoa estabilidade, autoconfiança e energia para conhecer cada um de seus medos, mapeá-lo e seguir em frente.
Entretanto, é necessário que tudo isso esteja amarrado pelo fio da coerência, sem a qual todo esse conhecimento e esse trabalho de autoconhecimento serão meramente letra morta, conversa fiada, e em vez de vencer o medo o sujeito se deixará enrolar por ele, até ser sufocado como num ataque de jiboia.
Partindo desse pressuposto, podemos dizer que o primeiro passo para vencer o medo, assim como para vencer qualquer oponente, é conhecê-lo o melhor possível.
Só que tem um problema: as pessoas têm medo de conhecer o medo, e por isto não o conhecem realmente. Pode parecer absurdo, mas é a mais pura verdade.
O medo de conhecer o medo é um problema para quem deseja vencer o medo, porque só há uma maneira de conhecero medo: entrando nele.
Entretanto, quando a pessoa toma a resolução firme, em seu coração, de enfrentar e adentrar o medo — o que não implica necessariamente deixar de senti-lo, longe disso — ela está munindo-se de ferramentas que o próprio medo dá para ser vencido.
Sem querer antecipar o dever de casa de ninguém, posso dizer que minha experiência pessoal tem demonstrado que todos os medos se adiam. Quero dizer: eu não tenho medo de fazer alguma coisa, tenho medo é da consequência que tal ato possa ter, e ao olhar para esse medo da consequência surge outro medo para mais além, e assim sucessivamente.
Basicamente, os medos são originados ou no instinto de conservação ou em traumas do passado. Mesmo medos como o da solidão, o de passar apertos financeiros, ou outros “embasados” em alguma justificativa aparentemente racional comungam de uma dessas duas origens básicas.
Medos originados em traumas podem ser os mais cruéis, mas também os mais fáceis de vencer. Basta que o sujeito conscientize-se de que esta ameaça não existe mais, e que aquele momento no passado não vai mais se repetir, a não ser na mente da pessoa (aí pode ser eterno) ou se ela mesma construir o contexto para que o trauma se confirme.
Nesta categoria, dos medos originados em traumas, podemos incluir aqueles que não parecem sê-lo: medo de ficar desempregado, por exemplo. Não parece, mas é um trauma que muitas pessoas têm e por ser algo tão comum elas sequer se apercebem disso. Talvez o indivíduo nunca tenha ficado um dia na vida sem trabalho (não no meu caso, por exemplo), mas ainda assim ele tem medo de ficar sem os meios para viver e sustentar sua família com dignidade; este é um trauma que é reforçado diariamente, a cada hora, pelas notícias que se divulgam nos meios de comunicação em massa, pela partilha de medos e preocupações de terceiros, etc.
Já os medos originados no instinto de conservação (claro que o medo de morrer é o mais comum, mas há outros) podem ser vencidos se o sujeito conscientizar-se de que, assim como toda criatura viva na face da Terra, em algum momento ele também vai morrer. Saber-se como um ser cuja existência física vai acabar em algum momento é, acima de tudo, uma prova de consciência da condição humana.
Isto acaba levando a um outro âmbito a reflexão: o das crenças.
Não cabe a mim julgar as crenças de ninguém, e não o faço (embora não possa deixar de conjeturar sobre elas). Da mesma forma, pouco se me dá que julguem — e principalmente que condenem — o meu sistema de crenças. Ele me serve, e é praticamente imutável em sua essência: as adaptações que recebe no decorrer do tempo servem apenas para dar uma forma mais útil às minhas crenças, não para mudar a sua base.
A fim de vencer o medo da morte, é mister que o sujeito tenha uma crença muito sólida em algo que seja verdadeiro, ou que lhe pareça verdadeiro. Essa crença nessa Verdade Profunda, por assim dizer, é que vai dar à pessoa estabilidade, autoconfiança e energia para conhecer cada um de seus medos, mapeá-lo e seguir em frente.
Entretanto, é necessário que tudo isso esteja amarrado pelo fio da coerência, sem a qual todo esse conhecimento e esse trabalho de autoconhecimento serão meramente letra morta, conversa fiada, e em vez de vencer o medo o sujeito se deixará enrolar por ele, até ser sufocado como num ataque de jiboia.
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